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being

  • V.
  • 19 de nov. de 2022
  • 1 min de leitura

Nas mansões do Lago Sul as pessoas loucas ficam encarceradas. Aqui, às duas da manhã da sexta-feira, elas gritam livres como são, empurrando carrinhos de supermercado. “O Senhor tem muitos filhos, muitos filhos ele tem. Eu sou um deles, você também. Louvemos ao Senhor.” Da janela cantei junto. Melancólica como o diabo, minha mente já estava preparada para receber algum sinal esperançoso que trouxesse o espírito de sobrevivência à tona. Cantei mesmo, mas bem baixinho. Ela pulava enquanto papéis caíam timidamente do carrinho lotado de tantos itens distintos. Cantava no karaokê aberto wireless. A gente nunca vai saber. Nem dos que se expõem, nem dos que podem se esconder. Todo mundo tem uma história triste para contar, é a base. O opressor enlouquece por seus motivos, mas eles nunca são causados pelos seus oprimidos. Já quando falamos do contrário, podemos ver quem paga a conta da loucura sobre o outro. Os carrinhos de supermercado deles é a administração do ego (de como ele será inflado, ao menos para não morrer sem ar). Ao menos o ar livre a mulher que cantou embaixo da minha janela tinha. O respiro.

 
 
 

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