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Untitled

  • V.
  • 3 de abr.
  • 1 min de leitura

Do lado da janela no avião, o pai no meio, um homem na poltrona do corredor. O cheiro de álcool emanava em cada frase que ela escutava; cada tentativa de descontração, cada suspiro carinhoso, tudo. Já no céu, literal e mental, vagava pelo seu pensamento o poder de enfiar uma faca no próprio útero. Mais um sorriso para a boca ébria. Um novo pensamento macabro permitido pelo silêncio.

- O senhor morava na 11, certo? - O passageiro ao lado diz, virando a cabeça delicadamente para a esquerda, mostrando seu rosto para reconhecimento.

Os óculos escorregando pelo nariz cirúrgico serviam de ferramenta para o pai tentar reconhecer aquele rosto, aquela referência, a questão. Na mente da pessoa bêbada o tempo é livre. Livre de números e julgamentos pelo seu uso. Já o tempo real, tempo aceito, não perdoa, é cruel. Foram vinte segundos de dúvida e tranquilidade, para cinco de estranheza e constrangimento.


  • começo de um livro que nunca vou escrever

 
 
 

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