COM SPOILERS PERDÃO NÃO ME SEGUREI
Filme bem estruturado, caminhando na zona segura que liga o romance e o drama. Todo o enredo parece ter sido construído para focarmos na tragédia que se torna a vida de Tommy (Jake Gyllenhaal) após voltar da guerra. E aí fica a sensação de que o filme “deveria” ser sobre estresse pós-traumático ou pelo menos ter apresentado isso de maneira mais diversa. O conflito entre paranoia, instinto e trauma foi trabalhado em cima da questão da suposta traição. Acredito que outros pequenos momentos em que poderíamos ver os traumas causados pela guerra poderiam ter ocorrido ao longo do filme. No entanto, o romance pareceu TER que prevalecer e cabe aqui apontar a falta de harmonia entre Grace (Natalie Portman) e Sam (Tobey Maguire). Houve uma cena que parece ter sido posta para tentar enfiar goela abaixo o amor entre os dois, mas desde o começo Grace age de maneira apática, como se estivesse insatisfeita com o casamento. Acho que Natalie Portman quis passar a tristeza de ver o marido indo para a guerra, mas transpareceu um “finalmente vou me livrar” sutil. Não acho que tenha sido a intenção do roteirista, pois existem outros momentos em que somos pobremente coagidos a acreditar que ela o ama, apesar do que ocorreu com Tommy. Enfim, não comprei essa. Por fim, falo da atuação de Jake Gyllenhaal – ultimamente tenho visto filmes e me concentrado muito nas atuações e até perdendo conexões importantes – que parece estar completamente confortável no set de filmagens e não se deu o trabalho de construir um personagem. Simplesmente se jogou, mandou umas cenas de choro para garantir uns elogios e ficou por isso. Esse filme também me levou a pensar sobre crianças atuando e como criticá-las levando em conta o precoce exercício de um trabalho tão intenso. Sabemos que algumas são naturais. No caso desse filme, a filha mais velha de Grace e Tommy, Isabelle (Bailee Madison), me incomodou com sua atuação exagerada e suas falas repetitivas. Me lembrou o filme que vi no dia anterior: Turma da Mônica em Laços, onde a reflexão sobre criticar crianças me acometeu depois de ver a atuação terrível do ator que faz o Cebolinha. Estaria eu sendo cruel? Não ligo. Brothers é um filme que poderia ser uma coisa, mas é outra e acaba convencendo no final, colocando uma trilha sonora moderna e romântica aqui, uma cena tensa muito bem elaborada ali (esqueci de mencionar antes que o filme realmente dá um bruxismo às vezes, mas agora fiquei com preguiça de elaborar) e assim fecha muito bem numa nova proposta que é mais um resultado que te deixa pensando “olha lá...”.
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