Estão pintando amarelinhas na praça aqui da frente. Tudo muito colorido e colocaram bandeirinhas no alto também. A primeira fileira: vermelho, laranja e amarelo. A segunda: azul branco e verde. Os pintores estacionaram a kombi branca com azul-piscina ao lado do esboço. Uma moça passa o pincel limpo nos ombros enquanto mexe no celular sentada no banco do motorista. Quando saí de manhã não havia nada disso. Descendo do ônibus as cores invadiram o espaço ao ponto que lá da calçada dava pra sentir o senso de comunidade (que já era grande) se expandindo ainda mais. Há tantas coisas nesta localização que moro que não sei por onde começar a contar. Ontem um rato passou enquanto eu conversava com minha irmã dentro do carro. Ela naturalmente me mostrou dizendo: olha lá o filha da puta. E eu disse: olha só, que filha da putinha. E seguimos a conversa sobre nossos pais, nada novo, apenas o rato. Dia desses estavam jogando vôlei ou queimada na madrugada do domingo pra segunda-feira, berrando como se fosse natural. Vez ou outra um grupo de mais ou menos cinco evangélicos trazem uma caixa de som, um microfone e muita fé e começam a pregar e cantar. Nenhum deles é afinado.
V.
diário fev. 2023
Atualizado: 27 de mar. de 2023
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