Eu tinha duas opções: a faca ou o olhar. Fiquei na metade do caminho e com orgulho gritei. A faca ficou cravada em mim. Essa mania de me martirizar um pouco só para dar o toque teatral. O olhar, esse que mora em mim agora, demorou a chegar. Estava afundado em um aquário de lágrimas com direito a visitantes vendo o vermelho dos meus olhos chegando bem devagar. Um espetáculo com mucos e tudo. Já entendi, já entendi tudo. O que falta agora é todo o resto da minha vida. Não é que eu tenha medo de ser uma coisa só, por completo. É só que eu morreria de tédio sem o dinamismo de ser eu. Há tanta coisa para aprimorar e eu respeito quem não acha, não pensa, não se importa com isso no próprio mundo. Acontece que no fundo você sabe que é bem melhor sorrir. É impossível sorrir sem mudanças.
V.
Comments