Meu corpo é uma máquina que eu não consigo pilotar. Fico variando no tempo e não me encaixo na narrativa retilínea social. Pago o preço pela cultura em que estou inserido, mas sei que a luta de existir ultrapassa idiomas e visuais. Meu rosto desprovido de expressões pontuais e reconhecíveis torna a jornada do tête-à-tête complicada. Meu toque preocupado esconde tão bem as intenções que passo por fria.
Meu corpo é uma máquina que eu não consigo controlar. O pescoço trava pra esquerda. Aos quinze vomitava quando triste. Três dias com o coração sem saber onde fica o freio.
Meu corpo é um carro desgovernado e meu rosto é uma pedra em alguma montanha na Ilha de Páscoa.
Edit: Substituir "meu corpo" por "minha mente".
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