Minha época explicita minha limitação
E também mostra as amarras patriarcais
Joga em minha cara o desejo por uma revolução
Sobre coisas das quais não acredito mais
A criação no peito de outrem, tão ingrata
A mulher amarrada ao vício que não é seu
O leite não sugado restando somente a nata
Trouxe-me o desejo de compreender o que não é meu
Das rimas mais estúpidas já escritas
Dos quadros mais feios já feitos
Das palavras mais duras já ditas
Dos pêlos que grudaram em meu peito
Tudo isso não basta pela iluminação
De me reconhecer como jogadora
Bato o pé firme de malcriação
Digo ao mundo que sou dominadora
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